sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Nossos desejos e o que "realmente" deseja nosso coração

"NEGA OS TEUS DESEJOS E ENCONTRARÁ O QUE DESEJAS O TEU CORAÇÃO"
(SÃO JOÃO DA CRUZ)

De fato, tenho compreendido cada vez mais o significado desta frase de São João da Cruz, pois sempre que me ocupo de minhas vontades, desejos e satisfações pessoais, tanto mais sinto meu coração "encher-se" de um vazio angustiante e um vazio que "pesa" terrivelmente.
Jesus então me explica que para preencher este vazio é preciso oferecer aquilo que, por vezes, falta em meu coração: amor!
Que interessante a lógica de Deus, é necessário dar o que muitas vezes não se tem, para se receber então!
Tanto melhor, respondi à Jesus, pois se em meu coração falta amor, peço-o à Ti, Senhor!
Que me dês do teu perfeito e incondicional amor! Que eu ame então meus irmãos, com este amor divino, em tudo superior ao meu amor humano e limitado!
E então, amando como Tu amas, eu encontre afinal,
o que deseja o meu coração:
a tua paz, Jesus!
A paz que excede todo entendimento, que traz leveza ao nosso coração, que garante alegria para nossa caminhada, descansa nosso cansaço, nos anima diante dos obstáculos, fortalecendo a esperança, a fé, renovando nossa confiança em Ti e conservando acesa e brilhante em nós, a chama da caridade.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Sou católico, MAS, não pratico" (?!!)


"Creio, mas não pratico"
Por Dom Murilo S. R. Krieger, SCJ

Quando, num encontro de amigos, a conversa gira em torno de assuntos religiosos, é comum alguém declarar, com naturalidade e segurança: "Creio, mas não pratico!"
Trata-se de uma afirmação que parece ser tão bem formulada, tão lógica, que, normalmente, ninguém a contesta. Assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte a fazer a mesma afirmação. Mais do que uma afirmação isolada, essa idéia de que se pode acreditar sem colocar em prática aquilo em que se acredita é tão comum que já se tornou uma mentalidade em muitos ambientes.

A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquela que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder da comunidade; outra, sem perceber, abandonou, pouco a pouco, sua vida de fé: passou tanto tempo sem ler a Palavra de Deus, sem rezar e sem assistir à missa dominical que, quando notou, já havia organizado sua vida de tal maneira que não havia mais espaço para expressões religiosas; outras pessoas tinham um conhecimento tão superficial de sua religião que, sem grandes questionamentos, a abandonaram. Há, também, as que procuram o batismo dos filhos, a missa de formatura ou de sétimo dia, tão somente como atos sociais.

Afinal, é possível crer sem praticar?
Algumas pessoas deixam a prática religiosa com o argumento de que buscam uma maior autenticidade. Dizem não gostar de normas e ritos: preferem uma religião "mais espiritual", sem estruturas. Esquecem-se de que somos seres humanos, não anjos. Os anjos não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós, ao contrário, usamos até nosso corpo como meio de comunicação. Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso ou um aperto de mão, uma palavra ou um tapinha nas costas; fazemos questão de nos reunir com a família nos dias de festa e telefonamos para o amigo, cumprimentando-o no dia de seu aniversário; damos uma rosa para nossa mãe e nos encantamos com o gesto da criança que abre seus braços para acolher o pai que chega.
Como, pois, relacionar-nos com Deus tão somente com a linguagem dos anjos, que nem conhecemos?

A fé nos introduz na família dos filhos e filhas de Deus; nela, é essencial a prática do amor a Deus e ao próximo.
Nossa família cristã tem uma história, uma rica tradição e belíssimas celebrações.
Pode ser que alguém não as entenda. Mas, antes de simplesmente ignorá-las ou, pior, de desprezá-las, não seria mais prudente procurar conhecê-las, penetrar em seu significado e descobrir seus valores?
O essencial, já escreveu alguém, é invisível aos nossos olhos.
Não se pode querer uma fé sem gestos, com a desculpa da busca de maior autenticidade. O Pai eterno, quando nos quis demonstrar seu amor, levou em conta nosso jeito de ser, de pensar e agir. Mais do que expressar "espiritualmente" seu amor, concretizou-o: enviou-nos seu Filho, que habitou entre nós.
Algumas Bíblias, em vez de traduzirem o ato descrito pelo evangelista João, na forma clássica - "e o Verbo se fez carne, e habitou entre nós" (Jo 1,14) -, preferem a expressão: "e armou sua tenda no meio de nós", para expressar a idéia de que Deus, em Jesus Cristo, passou a morar em uma tenda ao lado da nossa.
Em sua primeira carta, S. João dá um testemunho concreto dessa experiência de proximidade: "O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e o que as nossas mãos apalparam da Palavra da Vida (...) isso que vimos e ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco" (1Jo 1,1.3).
Ele considerou ter sido uma graça especial ter podido ouvir, ver e tocar o Filho de Deus.
 Jesus, por seu lado, tendo assumido a natureza humana, submeteu-se a ritos: passou noites em oração, foi ao Templo de Jerusalém e frequentou sinagogas.

"Creio, mas não pratico". A fé ("creio") e a vida ("não pratico") não podem estar assim separadas. Por sua própria natureza, devem estar unidas. Uma fé sem obras é morta; obras, mesmo que piedosas, sem fé tornam-se vazias.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Bento XVI, um amante da Palavra de Deus!




(Frases, ensinamentos e exortações do Santo Padre sobre a Palavra de Deus)


"Queridos irmãos, peço-lhes para dar espaço, a cada dia, para a Palavra de Deus, a nutrirem-se dela e a meditarem-na constantemente. Ela é também uma preciosa ajuda para escapar de um ativismo superficial, que pode satisfazer por um momento o orgulho, mas que, no final, deixa um vazio e insatisfação."

"O que é ser justo?

Justo é o homem que é imerso na Palavra de Deus, que vive na Palavra de Deus, que vive a lei não como 'jugo', mas com 'alegria', vive – poderíamos dizer – a lei como 'Evangelho' ".

"Mediante sua Palavra, Deus dirige sua Palavra a nós para revelar Ele mesmo e fazer conhecer o mistério da sua vontade. Por meio de sua Palavra, Deus quer nos comunicar toda a verdade sobre Ele mesmo e seu projeto para salvar a humanidade. O empenho de descobrir sempre mais sobre a verdade dos livros Sagrados equivale a procurar conhecer melhor Deus e o mistério de sua vontade."

"A Sagrada Escritura é a palavra de Deus, enquanto escrita por inspiração do Espírito Santo. A Tradição recebe a Palavra de Deus, encomendada por Cristo e o Espírito Santo aos Apóstolos e a transmite íntegra aos sucessores para que eles, iluminados pelo Espírito da verdade, conservem-na, exponham-na e a difundam fielmente em seu predicação”.

"Que a Sagrada Escritura se torne neste mundo secularizado não somente a alma da teologia, mas também a fonte da espiritualidade e do vigor da fé de todos os fiéis em Cristo".

 “É importante que todo cristão viva em contato e em diálogo pessoal com a Palavra de Deus, que nos foi dada na Sagrada Escritura, não como palavra do passado, mas como Palavra viva que se dirige a nós hoje e nos interpela”.

"Quando vivemos a Palavra de Deus, levamos dentro de nós o Eterno!

"O que hoje é modernissimo, amanhã torna-se passadíssimo", somente a Palavra Divina é imutável."

"O segredo para ter um ‘coração que entenda’ é edificar um coração capaz de escutar. Isto é possível meditando sem cessar a palavra de Deus e permanecendo enraizados nela, mediante o esforço de conhecê-la sempre melhor. Queridos jovens, exorto-vos a adquirir intimidade com a Bíblia, a tê-la à mão, para que seja para vós como uma bússola que indica o caminho a seguir. Lendo-a, aprendereis a conhecer Cristo. São Jerônimo observa a este respeito: ‘O desconhecimento das Escrituras é o desconhecimento de Cristo’”.

"Todo o resto passará e nos será tirado, mas a Palavra de Deus é eterna e dá sentido ao nosso agir cotidiano".



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

SOB O VÉU DAS LETRAS...

Na Sua encarnação, vestiu-Se de carne;
nas Sagradas Escrituras, está vestido com o véu das letras.



«Quando alguém se volta para o Senhor, diz o apóstolo Paulo, o véu é tirado, pois onde está o Espírito do Senhor há liberdade» (2Cor 3,17).
 É, portanto, ao próprio Senhor, ao próprio Espírito Santo, que devemos rezar para que Ele Se digne remover toda a obscuridade e que possamos contemplar em Jesus o admirável sentido da Lei, como aquele que disse:
«Abri os meus olhos para que possa contemplar as maravilhas da Vossa Lei»
 (Sl 118,18).



Manifestamos nosso amor à Palavra de Deus, quando separamos um tempo específico e assíduo para nos dedicarmos a ela. Ainda, quando temos o cuidado e o zêlo de invocar o Espírito Santo, para que com discernimento, possamos acolher e compreender o que o Senhor nos vai falar por meio dela.
Quando também, nos despojamos das vaidades do "nosso" saber, para com humildade, interesse e concentração, atentarmos para a homília da Santa Missa.
Não é o que nos ensina a Mãe Igreja?
"O lugar da interpretação autêntica da Escritura é a comunidade eclesial; esta, com o auxílio da Tradição de fé e do Magistério vivo, assegura a interpretação correta da Bíblia."
Sobretudo, declaramos concretamente a importância que as Sagradas Escrituras tem em nossa vida, quando com coragem e fidelidade, a vivemos!
Conhecer, estudar, ler a Bíblia e não aplicar seus ensinamentos na vida cotidiana e não se comprometer com ela, é como diz uma canção do Pe. Zezinho, em que a gente convida Jesus para adentrar no barco de nossa vida, porém, colocamos o Senhor no posto de "remador", enquanto nos conservamos, acomodados, no leme do barco!
É preciso entregar o leme à Jesus!
É preciso deixar que a sua Palavra nos conduza!
O Evangelho de hoje nos convida à conversão e mudança de atitude pela Palavra libertadora de Jesus:
"MAS, em atenção à tua palavra...":
 Estou magoado, mas, em atenção à tua Palavra, vou perdoar...
Estou desanimado, mas, por causa da tua Palavra, vou acreditar...
São muitas as dificuldades por que passamos, isto mesmo, passamos!
É a Palavra do Senhor que permanece para sempre conosco, em todas as situações, nos guiando pelo caminho da justiça, nos conduzindo pela via segura, nos indicando a estrada reta... para isso, entretanto, se faz necessário um investimento generoso e progressivo na busca e vivência de uma real e verdadeira intimidade com Jesus-Palavra.
Se permanecermos firmes e atentos à Palavra do Mestre, ainda que nos percamos no meio do caminho, saberemos retornar e fazer a conversão, em atenção à sua Palavra...

"Traze sempre na boca (as palavras) deste livro da lei; medita-o dia e noite, cuidando de fazer tudo o que nele está escrito; assim prosperarás em teus caminhos e serás bem-sucedido."(Js 1,8)

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